sábado, 7 de abril de 2012

fort/da

Eu te amo com força e certeza.
sem superego

com a loucura de quem se joga e não se sabe pra onde
quero te amar mansinho e com a respiração entrecortada
depois sentir seu suor secando na minha pele 
enquanto adivinho as formas animadas que a fumaça de seu cigarro desenha no espaço aéreo de brasília seca.

te amo com um nó nessa jugular
sem esquina enquanto leio ana cristina
e me preparo para te ler.
te amo simplesmente 
sem esperar por destinos
sem me lembrar muito bem o que nos reservam os nossos futuros passados

sorrindo sozinho do seu pescoço marcado
das suas pernas bambas 
busco uma causa e um verso de efeito
mas fico reticente 
começo no fim
findo no meio
te provo no desacordo de conceitos
te amo pela paixão sem compaixão de nós

E no fim do momento nosso 
(sempre-tão-curtíssimo) 
fitando duro as bestas apocalípticas
-desenhadas na avenida pela fumaça da sua velha baldeação amarelo gema de ovo de granja- 
fico remoendo toda e qualquer apartação
e chorando os amores que horas, hordas e muros sem furos dividiram...

terça-feira, 6 de março de 2012

Contracorrespondência


Meu bem, meu zen, meu mal
ultraprecisança das coisas menos descansosas,
de viver nas dedicações totais toda paixão por toda coisa
Ando no querer de todo sofrimento de véspera sem previsão de acabar
ando assim de próximo no golzim
e sonhando com terra de formigueiro


Depois dos campinhos de terra sertaneja batida
contornados por lobeira
ficava nessa ânsia do homem poderoso
nesse tesão de vaca por um coração novo cheirando pólvora
E quando em mim esse dia não chegou
não esperei mais por destinos


por todo esse desesperar por qualquer egogonia, eu juro
juro não  indiferenciar nada com a implacabilidade das fofoqueiras
e inscrever nos livros e produtos de primeira ordem qualquer coisa sobre meu polo norte
por meu edifício erguido naquela margem esquerda, eu juro
juro me dedicar a empresas naquelas bandas verdejantes de lá
e encher um novo bang-bang de cortesãs neo-zelandesas com meias novas mas defiadas


tudo porque abusei desses álbuns incompletos
e das mãos estendidas repletas de fraternidades e bilocas e maçãs...


Ponho agora debaixo do queixo um peito de aço
e entre as pernas levo nenhum vestígio dessa força bruta
ponho fora nessa megaemorrogia metafisiológica claritelúrica todo risinho sem querer
e toda essa amabilíssima vontade de agradar o demérito


tudo porque tenho parente pra não conversar
e só um braço pesado de cada lado dessa minha simetria bilateral
e muita timidez disfarçada em gaiatice mal improvisada e incontinência verbal
e perna pouco peluda que corre corre, pula pouco e dança mal


Tudo isso porque mal-me-quero
e quero bem pra minha personagem um macacão novo das casas amaral
e pra ela um conflito sem happy end


- E se eu te disser que o fim de Casablanca não me faz mais nem cócega?
Sim, superei
nem lembro a cor do avião

Me espere na balburdia dessa biblioteca em chamas 
te encontro ainda que de carona com santoântonio,
 no seu possante milagre do estar num só tempo em dois lugares


Por ti e pelo desejo que me causa a flor da hora
sem mais e atenciosamente,

sua mais banal atividade.